Diante do espelho tomo consciência...

Do meu corpo marcado...

Minhas formas disformes...

Minha pele com frisos...

Sob a pele consigo ver vasos finos, mas presentes...

O tempo trabalhou em mim...

Consigo perceber uma beleza madura...

Não tão fresca ou rija

Mas, experiente e real...

Meus olhos enxergam menos diante de um livro...

Mas conseguem ver muito mais das pessoas...

Não ouço mais ao longe.

Mas o filtro em meus ouvidos tem o poder de captar a palavra não dita

Definir pelo tom de voz a veracidade dos sentimentos...

Não me deixo arrematar pela paixão

Mas não resisto a viver um momento de compaixão...

Aprendi que perdoar não é esquecer

Mas, aceitar que nem tudo ou todos são como esperamos...

Esquecer não é apagar da memória...

Mas se policiar para não se repetir em cobranças sem sentido...

Amar não é entregar-se de corpo e alma...

Mas encontrar a comunhão que existe em dois seres tão diferentes...

Ser feliz não é ter tudo... Conquistar o impossível...

Mas ver como é possível encontrar a tal felicidade no pouco que temos...

Viver não é correr riscos e cometer loucuras

Mas sentir que cada dia é único e insubstituível...

Cigana Ro
Enviado por Cigana Ro em 30/12/2011
Reeditado em 03/07/2012
Código do texto: T3413584
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