[Muito embora o texto não seja de  minha autoria,só publico o que diz de mim...o que me lê, e o que me descreve...

Essa publicação  é "O inacabado que há em mim"...NalvaSol

Não me decidi,não estou pronta...ainda não me sei...faço e refaço-me a cada dia,caminho,tropeço...
Levanto...e  sigo metamorforseando-me como uma crisálida...
Porque de mim...Sou minha própria Meta...NalvaSol]




Eu me experimento inacabado.
Da obra, o rascunho.
Do gesto, o que não termina.
Sou como o rio em processo de vir a ser. 

A confluência de outras águas e o encontro com filhos de outras nascentes o tornam outro.
O rio é a mistura de pequenos encontros.
Eu sou feito de águas, muitas águas. 

Também recebo afluentes e com eles me transformo,
O que sai de mim cada vez que amo? 

O que em mim acontece quando me deparo com a dor que não é minha, mas que pela força do olhar que me fita vem morar em mim? 

Eu me transformo em outros?
Eu vivo para saber. 

O que do outro recebo leva tempo para ser decifrado.
O que sei é que a vida me afeta com seu poder de vivência.

Empurra-me para reações inusitadas, tão cheias de sentidos ocultos.
Cultivo em mim o acúmulo de muitos mundos.
Por vezes o cansaço me faz querer parar. 

Sensação de que já vivi mais do que meu coração suporta.
Os encontros são muitos; as pessoas também.

As chegadas e partidas se misturam e confundem o coração

É nesta hora em que me pego alimentando sonhos de cotidianos estreitos, previsíveis.

Mas quando me enxergo na perspectiva de selar o passaporte e cancelar as saídas, eis que me aproximo de uma tristeza infértil.

Melhor mesmo é continuar na esperança de confluências futuras.
Viver para sorver os novos rios que virão.

Eu sou inacabado.
Preciso continuar.

 

Se a mim for concedido o direito de pausas repositoras, então já anuncio que eu continuo na vida.
A trama de minha criatividade depende deste contr
aste, deste inacabado que há em mim. Um dia sou multidão; no outro sou solidão. 

Não quero ser multidão todo dia.
Num dia experimento o frescor da amizade; no outro a febre que me faz querer ser só. 

Eu sou assim.
Sem culpas.

 

Padre Fabio de Melo

Meu Blog -
http://nalva-mileumafaces.blogspot.com/l
 



Metade




 

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio

Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.

Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.




[Metade- Osvaldo Montenegro]


 

 

Nalva Sol
Enviado por Nalva Sol em 09/01/2012
Código do texto: T3429988
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