Eis o cotidiano

Sempre há um problema a ser resolvido

sempre há um ardor de febre a nos tomar conta

ardor raivoso, inculto, sorrateiro

que ferve a alma em preocupações

Quem dera as manhãs nos presenteassem

no café

não com torradas, açúcar ou geleia

mas com soluções

Sempre há um dia anterior

e um porvir; uma noite insone

uma gota de vida nascendo do despertador

Eis o cotidiano. A farsa dos sorrisos

tentando disfarçar as tragédias.

Sempre há um dia após o outro

Wellington Berdusco
Enviado por Wellington Berdusco em 10/01/2012
Código do texto: T3433305