PENSAM QUE PENSO QUE NÃO SEI - MAS PENSO QUE SEI

Pensam que penso que não sei

Mas penso que sei, e bem, que sou

O fundo do poço

D’um poço sem fundo.

Sou forjado do que vejo no espelho

Quando este reflete

A minha imperfeição

No mais perfeito escuro.

E posso ser mais:

O vácuo do buraco da fuga

Escavado no corpo d’um muro

Ou posso ser menos:

A fenda magricela da fechadura

Da chave que lá não está