Tempo

Oh tempo! Quem és tu que me persegues desde a minha mocidade?

Quantos anos tens que nunca revelaste a ninguém?

E por que te chamam tão diferente: passado, presente e futuro?

Por acaso tu não és único? Como pode, então, ser dividido?

Ainda há aqueles que te chamam de infinito por esse jugo,

Desses eu gosto, surpreendem-me pelo novo sentido que te dão.

Mas se tu és assim, sem começo e sem fim, Como fôras criado e por quem?

Por acaso há um tempo que não é tempo e este te criou,

Para que o tempo pudesse ser enquanto não era?

Ah tempo! Fala ao meu coração, pois quero saber quem realmente és.

Se vivo em um mundo com tempo ou sem tempo.

Me diz qual o teu verdadeiro nome ou se todos são teus,

Porque preciso saber qual é meu tempo ou se não tenho,

Não me deixe ser como aqueles que nunca te entenderam,

E muito menos como esses ignorantes que nunca te procuraram.

Oh, maravilhoso tempo, desce do teu trono e vem a mim,

Diz-me se sou passado e meu tempo já não existe,

Diz-me se sou presente para que eu possa aproveitar o tempo que me resta,

Fala-me se sou futuro para preparar-me onde quer que eu esteja,

Ou se sou infinito, eterno e nunca morrerei e estaremos sempre juntos.

Fala!...Se não queres falar tudo bem, cala-te! Por que o que o tempo diz, afinal?

Tú és apenas o tempo, enquanto eu sim posso ser a eternidade.

(Referente a obra de Agostinho)

TAS
Enviado por TAS em 29/02/2012
Reeditado em 28/06/2013
Código do texto: T3527771
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.