As gavetas do passado
De que me serve abrir
as gavetas do passado
Se muito do que tem ali
não pode agora ser usado
De que me vale abrir
As gavetas do passado
Se do que tem la dentro
faz-me um ser acossado
Para que quero abrir
as gavetas do passado
Para novamente ferir
Os já cicatrizados machucados?
Muito do que agora se é gente
pode ser la encontrado
E a construção do que se sente
Foi lá mesmo estruturado.
No entanto, deixe-se de lado
Esse passado dolorido
Devidamente engavetado
Como se nunca tivesse existido
Porque o que de bom lá houve
Não se rendeu a ser engavetado
É presença marcante no que nos coube,
em nossas entranhas encrustado
Dor vivida não deixa saudade
Vai para as gavetas do passado
Já a alegria, a felicidade,
são na memória, perene verdade
Ps: Eu e Mavi