O transcender da vida

Eu que sempre usei a vestimenta da sinceridade.

Que acreditei na felicidade,

Mesmo sem perspectiva e possibilidade.

Que perdi e ganhei tantas vezes.

Que mantive o sorriso na face,

Como forma de disfarce,

Ocultando os momentos de dificuldade,

Ressaltando sempre a mesma frase.

Tenha fé.

Questiono-me em profundidade.

O que esperar de um ser,

Que transcende eternidades?

Que já viveu e vive,

Que aprendeu e aprende.

E que por mais que tenha uma nova roupagem,

Mantém em sua alma velhas disparidades.

Sim, são os errantes do mundo.

Aqueles que muito aprendem,

“Com topadas em pedras”,

Que caem e levanta-se de quedas,

E evoluem com continuada espera.

São homens, mulheres, jovens e crianças,

Que esticam as mãos,

Para lhe dar cumprimentos ou pedir migalhas de pão.

São os determinados,

Persistentes,

Inatingíveis e inabalados.

Aqueles que esperam as manhãs como música,

E se vão como apagar das luzes.

Em meio à noites de escuridão.

Todos em alma e coração.

Aqueles que se encontram,

E um dia se encontrarão.

Sempre seguindo uma missão.

Guiados por intuições,

Sentimentos e emoções.

Para todos nós seres humanos.

O que são os sonhos?

Rascunho de um futuro,

Provável ou infortúnio?

Ou medo de ser um grande fracasso?

A vestimenta do “ser” sincero,

Pode ruir-se em mil pedaços.

Desmantelar-se e virar pó.

Que será levado no vento,

Com o passar dos anos,

E o correr do tempo.

Porém a essência sempre se encontrará dentro,

Não importando se a roupagem é de pano velho,

Ou de nobre linho.

Todos nós somos apenas os acolhidos,

Dessa enorme abrigo,

Que recebe um mundo infinito.

PATRICIA NEGREIROS DO COUTO

Patricia Couto
Enviado por Patricia Couto em 14/03/2012
Reeditado em 15/03/2013
Código do texto: T3554254
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