O pornográfico soul book

Abro a revista e lá estão,

Duas colinas retratadas;

túmidos seios dos anseios,

Em estratégicas tomadas...

Dois inocentes culpados,

Algo assim, a mim parece;

Acho, não serão imputados,

Afinal, o amor enlouquece...

E um louco não paga pena,

Apenas carece de ajuda;

Só ele ouviu sua pequena,

Clamando, amor me acuda...

Noutra foto, as reentrâncias,

A alma sem qualquer pudor,

Como a nudez da infância,

Será uma criança o amor?

Bem, ao menos já foi um dia,

Eu fui, não sei se prossigo;

Mas um investigador notaria,

A pista vistosa do umbigo...

A poesia nos rasga a roupa,

Quem vê almas, se delicia,

Anjos tarados por nossos feitos,

Consomem sua pornografia.

Não sou anjinho, bem sei,

Talvez esteja mais pra brasas,

Mas, uma ou outra foto notei,

Tem vezes que abro as asas...