A Festa Escorrida

Vi pela rua,

escorrida,

rios de embarcações.

Algumas alegres,

outras em porções.

Percebi que o privilégio se perdeu em quantidade.

E que a ninfa dos pequenos barcos,

esteve ocupada.

De repente, uma luz rasgou a multidão.

Mas foi pequena e se apagou.

Vi o lobo que levou o cordeiro,

de mãos dadas.

Numa alegria vigiada.

Outros vi em suas verdadeiras fantasias.

Para alguns, poucos, não importava o representado: o descaso.

Ou a necessidade, como primeiro passo.

Poucos ainda, passavam-se por neutros.

Outros, tão próximos... foram-se distantes,

porque não foram o que deviam ser.

As dançarinas tiravam pedras do chão.

Ouviram gritos histéricos...

Transfigurou-se a imagem,

e foi percebida a falta de noção.

Tantas, tantas águas passavam e não havia copos para guardá-las.

Ana Claudia Laforga
Enviado por Ana Claudia Laforga em 04/02/2007
Reeditado em 11/07/2007
Código do texto: T369358