Ciclo Alucinógeno

Simples como dizer tudo é dizer nada

O próprio nada já se faz tudo

E de tudo terá algum significado qualquer

Que satisfaça pobre ser-por-todo-sempre-[Amém]-ignorante

Dito em altos-falantes: "sois seres humanos"

Criando e descriando o não-criado

Já se esvai fermentado

O sulco intra-orgânico

De nosso corpo febril

Agarrando qualquer impulso mental

Como vício de vida natural

Aqui e lá pra onde rastejar

Mastigar a febre flamejante irá

Até inflamar e se acabar

Rupturas se achará

Formando cavidades secressivas

Por onde quer que se mirar

A lua já cai torta

E o mundo dorme na derrota

De uma vida insatisfatória

Inominável caminho por onde pisamos

E mal sentimos o chão a pisar

Flutuaste sim!

E não somente em sonho se há de dormir.

Orbe Sardônico
Enviado por Orbe Sardônico em 24/07/2005
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