Nas asas mitológicas de um Deus profano

As fauces arregaladas

Da besta feudal

Corroem o Hércules interior

Deste espectro de homem.

Que vagando em sua mitologia

Tentou ser mais que alma profana

Corrompendo sua própria criação

Talvez o altar seu já não possua tantas oferendas.

Na sua condição semi – deusica

De tentar entender

Que não é possível

Ser mais que um espectro

A vagar pela multidão.

Ao sentir o vento das falácias todas

O pobre projétil

Fértil

De sonhador que és

Se atira em direção a besta truculenta

De forma lenta.

E a multidão grita animadamente

Mesmo sabendo que é só mais um demente

Que sente em seu âmago

A obrigação de libertar

Seu povo pobre.

E talvez toda essa quimera

Não passe apenas de hera

Grudada nos imensos tijolos

Que revestem o lugar...