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Tenho a impressão
Que se você cede à dor,
Instala-se, imediatamente,
Automaticamente,
O circo de horror.
...Bola de neve,
Aumentando a pressão.
Só que a vida é, por demais, breve,
Para que a atravessemos em lamentações,
Por nossas frustrações,
Nossos apagões,
Nossas íntimas devastações.
 
Muito é complicado de se aceitar,
De se engolir...
Pior ainda, de se digerir,
Para continuar a caminhar.
Simplesmente, não entendemos,
Não temos como compreender
O que nos vem em cada amanhecer.
Com o pouco que percebemos
Deste imprevisível roteiro,
Não há como sossegar o peito.
Faltam-nos respostas para as conexões...
... Como assimilar as súbitas intervenções,
Por vezes trágicas,
De tão ávidas,
Do destino?!...
Qual o tempo do celestial sino?
 
Sei que não sou eu, que determino o compasso
De meus passos.
Sou impulsionado.
Ou atendo, ou sou atropelado.
É um dado bastante claro em minha mente.
Bem como, quando desacelero, inexplicavelmente,
Sinto que algo alheio à minha consciência,
Literalmente, obrigou-me a diminuir fluência.
Já tentei desacatar
E só fiz me danar!
 
Enquanto me for possível navegar nas águas da lucidez,
Creio estar apto a transpor toda esta aridez.
Enquanto meus olhos tiverem o benefício da floresta
Com sua onírica festa,
Enquanto puder ver o mar
E me aconchegar em seu marulhar
Seguirei tentando traduzir em poesia
O que conseguir identificar dentro desta sinfonia.
Intensamente imensa!
...Densa!
Ao espetáculo, propensa.
Imensamente intensa!
 
 
 
Música indispensável:
 
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Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 19/11/2012
Reeditado em 19/11/2012
Código do texto: T3993370
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