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VENTO MATREIRO
Ysolda Cabral
 

 
O vento assanha meus cabelos,
Fazendo carinho e me sonda.
Bobo! Não tenho segredos!
Mas ele continua a ronda.
 
Ronda que nem redemoinho,
Fazendo birra e denguinho.
Às vezes fica muito zangado,
Por não dá certo o agrado.
 
Sei o que ele quer saber!
Quer saber o quanto amo você.
Acho graça, viro o pescoço,
Torço a cara... Ele fica louco!
 
Finalmente se aquieta e se acalma,
Vai assanhar a palmeira,
Ela balança satisfeita, toda faceira,
E, todos os segredo lhe conta.

Recife-PE