Ritual Tibetano

Sento-me embaixo da árvore,

os frutos não caem nunca.

Procuro em todos os galhos,

e o sol lancina meu trabalho árduo.

Deixo a xícara de chá descansando ao meu lado.

Talvez nunca mais venha a tomá-la.

Mas, por vezes, encho-a até a borda.

Coloco minha camisola bonita,

assim que raia o dia.

E prendo flores nas orelhas.

E o sol mais uma vez me castiga.

Procuro me esconder entre outros galhos,

mas a brincadeira de achar a luz por entre as folhas,

surte resultado.

Vejo várias formas brilhantes,

na verdade, todas,

mas só você não está ao meu lado.

Ana Claudia Laforga
Enviado por Ana Claudia Laforga em 12/03/2007
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