Eles querem

Eles querem eliminar

O meu jeito de criança boba

Querem tirar meu sorriso, minhas ideias.

E querem até

Escolher minhas roupas.

Querem que eu fique de pé:

Cabelo cortado, coluna ereta, cara de sério.

Querem que eu obedeça,

E responda alto e forte

-sem usar o cérebro.

Querem que eu colabore,

Pois “Com ordem se avança!”.

Logo eu, amante do caos,

da mistura, da loucura

(da bagunça!).

Querem que eu respeite suas patentes ridículas,

Querem que eu respeite homens

de chapéus engraçados,

homens que só são homens

Quando estão armados.

Querem que eu esqueça

Todo o mal que eles fizeram.

Querem me convencer

que meus heróis estão errados,

e os deles, certos.

Querem que eu durma

num lugar sujo e feio,

Com cheiro de sangue e ferro.

Não.

Eu não vou.

Eu não quero.

Olavo David Neto
Enviado por Olavo David Neto em 06/02/2013
Reeditado em 06/02/2013
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