Somos tão jovens
As coisas ao meu redor têm estado com um estranho tom sépio
como se o presente fosse uma lembrança da uma mulher já formada, independente, que chora
pela inveja do meu presente
da minha inocência, corpo e até mero brilho no olhar.
Ela inveja as mensagens românticas de rapazes, entre ínterins nos estudos vespertinos.
As fotos do mural de fotos, das amigas que ali estavam e gracejavam
que já criaram seu rumo, e não mais pertenciam àquele mural
E mais, já não sentia inveja, mas falta
de sentir-se, outra vez, intima o suficiente de seus ídolos, para criar-lhes apelidos;
“Caê”, “Zuza”, “Lis Gina”, “Chiquinho”, “Ruivo Reis”, “Malluzinha”,
e cantar a casa, ao invés de limpá-la, ao som de amigos desconhecidos.
E nessas curtas visões de futuro, agarro-me aos bichos de pelúcias,
sorrio aos rapazes e sussurro minha reza:
Faça durar.