Inspirado em Miragem

Inspirado em Miragem

Uma canção me dizia:

“Eu não sei dizer, nada por dizer, então eu escuto”

Eu escuto...

E fui beber nas fontes pra saciar minha sede...

E esperei do amor alívio imediato à dor...

Encontrei em versos soltos

Muitos sofrimentos rotos.

Corações em andrajos a chorar as próprias dores...

Solidão repleta na multidão das ruas...

Vozes gritando para surdos

E o amor se derramando,

Como canos furados em ruas escuras...

Tantas águas desperdiçadas

Jorrando amor pelas calçadas nuas...

Tanta gente a morrer de sede...

Tantos corações desertos...

Tantos beijos sonhados...

Tantos afetos por afetar a quem deveriam...

Mais do que rotas mal traçadas

Setas destinadas a nada...

Porque ficam sem resposta.

Não atingem o alvo e ferem a quem as atira...

Vidas que parecem sem rumo e apenas dor...

Se não fora um sentimento que insiste em acreditar,

Se não fora uma esperança tamanha...

Melhor seria não amar,

Não sentir,

Não viver,

E se perder

Num aparente vazio...

Mas não posso acreditar

Que a semente sã que eu nem fiz plantar

Tenha nascido em vão!

Não posso!

Sigo em frente!

O corpo pode estar doente...

Mas o espírito é são!

(Inspirado no poema do meu Amigo Antônio Ayrton: “ Miragem”)

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Joselma de Vasconcelos Mendes
Enviado por Joselma de Vasconcelos Mendes em 26/03/2007
Reeditado em 27/03/2007
Código do texto: T427113