Efêmeros

Sempre fui mais dos outros que minha

E mais que dos outros

Fui de todos

De muitos ao mesmo tempo

Fui de pessoas completamente distintas

Que do modo mais estranho que se pode imaginar

Tinham em comum, o nome,

E tais nomes, apareciam e iam embora, em sequência

Como se o que rege este mundo

Gostasse de tirar um sarro da minha cara

Rindo das fases de minha vida

Como se ri de uma lesma num labirinto de sal

Por tempos, fui dos Felipes

E embora completamente diferentes

Eram sempre intensos e temporários

Poucos duraram mais de uma noite

E seus beijos, foram os melhores que já provei

Também fui de Matheus

Mas mais que eu deles

Eles foram meus (e talvez ainda sejam)

Tiagos também vierem

Alguns acompanhados com H

Todos loucos e de uma inteligência admirável

Da forma mais distinta que se possa imaginar

Mas todos passaram como nuvens

De formas diferentes, mas vistas igualmente

E nomeadas também

E meio essas nuvens, eu fui Lua

E o fato é que nuvem nenhuma é presa ao céu

Já a Lua...

Sua sina é à solidão do azul

Ser fiel

Lu A
Enviado por Lu A em 07/05/2013
Código do texto: T4279070
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