Efêmeros
Sempre fui mais dos outros que minha
E mais que dos outros
Fui de todos
De muitos ao mesmo tempo
Fui de pessoas completamente distintas
Que do modo mais estranho que se pode imaginar
Tinham em comum, o nome,
E tais nomes, apareciam e iam embora, em sequência
Como se o que rege este mundo
Gostasse de tirar um sarro da minha cara
Rindo das fases de minha vida
Como se ri de uma lesma num labirinto de sal
Por tempos, fui dos Felipes
E embora completamente diferentes
Eram sempre intensos e temporários
Poucos duraram mais de uma noite
E seus beijos, foram os melhores que já provei
Também fui de Matheus
Mas mais que eu deles
Eles foram meus (e talvez ainda sejam)
Tiagos também vierem
Alguns acompanhados com H
Todos loucos e de uma inteligência admirável
Da forma mais distinta que se possa imaginar
Mas todos passaram como nuvens
De formas diferentes, mas vistas igualmente
E nomeadas também
E meio essas nuvens, eu fui Lua
E o fato é que nuvem nenhuma é presa ao céu
Já a Lua...
Sua sina é à solidão do azul
Ser fiel