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Tão Pouco...

Tão pouco tinha a mostrar!
Uma lata polida de lixo,
Um braço poluído de mar,
Palavras em descapricho,
Enrodilhadas tal qual cobras,
Prontas a dar o bote
Sujando o pote de mel...

Fazia perfis de esculachos
Enquanto mexia o seu tacho
Misturando todo o fel
Em cada verso, em cada mote.

Ah, houve o derradeiro bote
Das palavras engolidas
Que com suas pernas elásticas
Convidavam as platéias
À falsa e desenxabida
Exibição carcomida!

Falava do que não via,
Afirmava, veemente,
Sobre o que ela nem sabia...
Triste, tão triste espetáculo
De vaidade e amargura
De quem diz que não tem tempo
E nem assim, se situa...


Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 10/06/2013
Reeditado em 10/06/2013
Código do texto: T4334204
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