VISÃO DO BASCULANTE
 
Do basculante do meu quarto
Que se vira para o leste
Vejo um lindo plenilúnio...
Lua, luar, “luão”...
A clarear meu sertão...

Uma bola incandescente...
Meio prata meio ouro
Parece que anuncia o inverno
Faz-se sonho o meu tesouro...
E me agasalha no frio sendo meu terno...

Não preciso nem pensar
E ela já me vem à mente...
A mulher dos meus encantos
Não me abandona, mormente.
Foi-se embora, mas me acompanha premente...

Está lá, no alto do céu,
Entre azuis, desde o mais claro,
Até o mais marinho...
Mesma Lua que me prende
À presente ausência crua...

A mesma Lua que se olha
No espelho do oceano...
Única de tão permanente
Do litoral ao sertão...
A que não haja tanta sofreguidão.
 
Antonio Fernando Peltier
Enviado por Antonio Fernando Peltier em 28/06/2013
Reeditado em 29/06/2013
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