SOL, Sozinho

Não tenho capital pra tudo que preciso

Eu corro contra o tempo indeciso,sujo os paralamas

Enfrento a fúria dos titãs diários quase que sozinho

Enquanto na cidade há uma legião urbana

Eles correm pra lá e pra cá seguindo ordens

Dos que roubam sem motivos

Os donos do amarelo da bandeira nacional

Alimento e entretenimento

Pão e circo pra nação

Pra quem reclama repressão.

Eles fazem blitz com ira

Como Quem recruta assassinos

Deu cólera no sistema

Mas desde os novos baianos

Que insistem em acordar

Essa nação zumbi despercebida

Que apertam a porca e giram as catracas

Tolera os mutantes atuais

Que acreditam nos jornais

Esses garotos podres são ratos de porão

São secos e molhados com ultraje a rigor

Filhos de velhas virgens sem camisa de Vênus

Estão vivendo do ócio sem pressa

Enquanto eles dormem, eu grito

Risco as paredes da noite de poesia

Risco o quarto de músicas e tons

Pra não correr o risco de ser só mais um, um só, sozinho, um sol entre nuvens.