Infortúnio Poético

Nos meus dedos, infortúnio é poesia.

Não há histórias cruéis do dia a dia

Que não possam ser poetizadas.

Talvez, sem palavras adocicadas;

Talvez, sem heróis ou vilões;

Talvez, sem cérebros ou corações.

São humanos os infortunados,

Pobres meninos agoniados

Que por meus dedos circulam.

Eu sei, que seus males não curam

O meu egoísmo de escrever.

Também sei (e não queria saber),

É que de nada – nada mesmo! Valerá

O que dos meus dedos sairá.

Seja infortúnio, mesmo sendo poesia;

Passará pela mais densa agonia

De morrer sem nunca ter sido lido.

O infortúnio alheio é assunto já ido.

Thaís Soledade
Enviado por Thaís Soledade em 16/09/2013
Código do texto: T4484337
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