COM SUAS PRÓPRIAS PALAVRAS

Como amo cheiro de livros antigos

Suas páginas me remetem à reflexão

Ainda que me ataque a sinusite

Não perco por eles meu apetite

Se um dia minhas palavras envelhecerem

Elas amadurecerão com o tempo

Todavia não ficarão ultrapassadas

Pois carregam consigo o viço do amanhã

E serão cabíveis a qualquer geração que as ler

Acredito que o presente sempre consulta o passado para se construir o futuro

E muito se repete ao longo dos anos

Não há como desprezar toda a história

Não há como abolir da memória aquilo que um sábio já escreveu com suas próprias palavras

Que minha vida gire em torno não só da realidade, mas também de poesia em si

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Cheguei a pegar em livros velhos, livros mortos, livros enterrados, a abri-los, a compará-los, catando o texto e o sentido, para achar a origem comum do oráculo. (Machado de Assis em Dom Casmurro)