Inquietude...

Essa inquietude, e essa ansiedade... Esses versos que me somem,

E aparecem a esmo, tortos, sem direção... Antes não fosse homem,

Nem mulher, nem aparição. Fosse apenas leve brisa, passageira,

Forte vento que eu levasse ao meus pés, ao lado, à minha beira...

Quem me dera eterna magoa que agoniza e corre porque não sei,

Porque eu sofri pouco nessa vida, porque raras vezes eu dancei!

Desde cedo me buscava inquietude e reflexão, eternidade e medo.

Esse... Não sei quê correndo nas veias, sempre guardando segredo.

Segredo que não tive, e criei depois recriei. Segredo que contei,

Revelei ao mundo depois chorei. Hoje sem motivos pra me corroer

Corro na estrada sempre avessa, a contramão! Sempre a doer...

Alma pequena, ou grande? Gigante! Abandonei-a e assim marchei.

Fora de mim, sempre aqui dentro, alma trigueira, triste, faceira!

Camila Cabral
Enviado por Camila Cabral em 14/10/2013
Reeditado em 14/10/2013
Código do texto: T4525385
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