Inquietude...
Essa inquietude, e essa ansiedade... Esses versos que me somem,
E aparecem a esmo, tortos, sem direção... Antes não fosse homem,
Nem mulher, nem aparição. Fosse apenas leve brisa, passageira,
Forte vento que eu levasse ao meus pés, ao lado, à minha beira...
Quem me dera eterna magoa que agoniza e corre porque não sei,
Porque eu sofri pouco nessa vida, porque raras vezes eu dancei!
Desde cedo me buscava inquietude e reflexão, eternidade e medo.
Esse... Não sei quê correndo nas veias, sempre guardando segredo.
Segredo que não tive, e criei depois recriei. Segredo que contei,
Revelei ao mundo depois chorei. Hoje sem motivos pra me corroer
Corro na estrada sempre avessa, a contramão! Sempre a doer...
Alma pequena, ou grande? Gigante! Abandonei-a e assim marchei.
Fora de mim, sempre aqui dentro, alma trigueira, triste, faceira!