SONHOS QUE NÃO SÃO MEUS...
De repente senti saudades da vida.
Falei com Pedro e resolvi descer.
No caminho encontrei uma criança.
Perguntei para onde ia, mas não soube me responder
Passei por jardins com muitas flores,
Mas não tinha pássaros.
Entristeceu-me profundamente.
Desviei meus passos
E uma pergunta surgiu na minha mente:
Será que lá alguém ainda lembra-se de mim?
Com certeza diriam:
Sinto saudades...
Desviei as esperanças e surgiu a minha frente:
Cidades pequenas de ruas estreitas,
Feitas de pedras enormes e outras de areia.
Altas calçadas, crianças nuas
E longe um sino tocava.
Passou ao meu lado uma gestante
Mas não me cumprimentou.
Não me chateei e segui meu caminho.
Ouvi algo e parei. Alguém rezava.
Meu Pai? Minha mãe? Meus irmãos?
Não, não sei ao certo.
Com certeza um padre em seu sermão.
Desci escadas e pensei na chegada.
Apressei meus passos, vi nuvens escuras.
De repente ouvi choro, era de criança
E alguém perguntou: Aonde vais?
Não respondi, talvez não fosse comigo.
A estrada era longa, não havia chegada.
Parei na incerteza do meu destino e ouvi vozes.
Toquei o meu lado e não me sentia.
A voz era a de Pedro
E eu ainda dormia.