Se eu pudesse...

Olhos,

Mãos,

Pernas,

Risos,

Sorrisos,

Ausência,

Solidão.

Se entre as minhas vírgulas eu pudesse encaixar tudo que é seu, teu, nosso, ou ainda tudo que se confunde. Confesso que não seria uma caixinha de saudades, de lembranças e vazios. Diga-me então como poderia pedir para que fique? Se meus braços já estão tão curvos quanto os galhos de um arvores que pouco se reconhece sem suas folhas, estando em meio a seca, ao nada, entregue às rugas do tempo.

Ainda que eu dissesse "fica", pouco saberia como reagir a tua permanência, sendo eu tão pequena diante do caminho incerto que brilha a tua frente...

-Vá!

Que recolherei meus abraços, meus lábios e todas a histórias que poderia ser tecidas. Me jogarei entre os carros e portas abertas, onde minha alma possa se sentir aquecida, mesmo que efêmera, que vã, mesmo que só.

E dos exageros de minhas palavras, fique apenas uma lágrima escorrendo pelo rosto, ou uma gota de chuva debruçada na janela. Janela esta que anunciou por tantas vezes sua chegada e que hoje se fecha para não mais abrir.

Palavras confusas, madrugada, saudades, Fabinho.

Nandi Ferreira
Enviado por Nandi Ferreira em 13/12/2013
Reeditado em 13/12/2013
Código do texto: T4609920
Classificação de conteúdo: seguro