Desconhecido caminho (10/01/14)
Enquanto caminho levo por dentro uma mistura
De natureza nervosa e em multiplicação.
Tudo que entra serve de nutriente.
Cada sentimento que simplesmente existe e fica sem sentido
Preciso de dar um destino.
Porém não tenho nenhum que seja definitivo
Ou que promova a paz na minha vida orgânica.
Isso causa uma lerdeza e disposição pra sofrer
Ainda mais quando só o tempo vai curar as feridas.
E acabamos por conviver com a dor
De não realizar um desejo , que é amar.
Amar do jeito que necessito.
Um jeito esse que exige se dispor por inteiro,
É a entrega às cegas de nossas vidas.
Me diga, quem faria assim, esperar até o fim
Encarar a solidão, saudade, e resistir
Só para ficarmos ao lado fazendo valer à pena,
Essa força que só quem tenta, pode saber se existe.
Amor que não está escrito, mas está em mim
Desejos secretos, o coração de novo inóspito, alma delirante.
Tento sufocar esse risco antes que ele me domine
Mas como nossa linguagem é a mesma, em meio às conversas
De vez em quando um poema empedra minhas conclusões.
São partes libertas que sinalizam o desconhecido caminho que sigo.