Meu velho amigo

Eu tinha um amigo,

ele era especial,

ele escrevia coisas novas,

vivia tudo novo,

e de novo,

sua música era algo novo,

acreditava em um novo Deus, na verdade Deuses,

ele falava que um Deus só era muito egoísmo,

novas piadas...

rimava coisas novas,

encantando gente nova,

tudo era novo,

ocupava um espaço novo,

era tão digno,

tão sensato,

que à todo instante lhe olhava pra não desacreditar.

Em um dia de desespero,

lhe vi chorando,

ele me olhava e dizia:

- tá tudo bem! - limpando uma lágrima decadente.

e eu não parava de olhar, desacreditado,

ele sempre estava bem;

Mas com o tempo,

percebi que o herói deixa de ser herói,

e o fraco continua fraco,

mas ele mesmo com lágrimas em seu rosto deixava declarado,

tudo bem, ele realmente me surpreendia,

em seu novo mundo,

de uma nova era,

me vi a ponto de declarar aquilo tudo uma admiração da minha parte,

até perceber que sua tristeza, não passava de desesperança,

era tudo uma brincadeira do universo,

uma conspiração contra um sonho, ou mesmo uma mudança,

só entendi, que meu espelho se quebrara,

quando ele queria falar das armas que criaram,

com palavras que não cabiam no dicionário,

com histórias que até mesmo eu temia,

mas ele parece tão bobo agora...

um medroso, que me fez entender,

que as palavras tem um peso forte,

e que a humanidade nunca se prepara pra tal choque,

que até mesmo o forte teme a morte,

e 'que o novo sempre vem',

mas agora eu olho todos,

e todos tem uma janela nas mãos,

mas a luminosidade delas tem pedido as pessoas para serem sozinhas,

e as pessoas obedecem,

assim se segue a ordem do maior,

aquele que existe pra confundir, quem gosta de estar confundido.

agora não sei se meu amigo morreu quando quebrei o espelho,

ou ele se matou com seus estilhaços.

Marcos Pagu
Enviado por Marcos Pagu em 27/02/2014
Código do texto: T4708668
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