Levanta-te!

_ Levanta-te! Tens de matar!

Esse homem que não é deus nem herói

Que não és forte nem fraco

Levando sempre contigo

Carcaças e abutres ferozes

Que se esconde no medo

Das sobras dos seus sonhos

Que sonhou tanto, mais tanto

Que sonhou ser tudo

E não és nada

Sonhou um poeta

Criança nos braços do berço embalado

Por sons ecoando em suas cavernas

Clonando universos sem abismos

Um desejo ser outro humano

Um viver impossível

Marcas na face, infeliz!

Nem o que te sobra a morte

És revelada

Nesse mistério de sombras

Só o que te resta é ser guerreiro

De uma guerra de escravos

Levanta-te!

Tens de Matar!

Adriana Magalhães
Enviado por Adriana Magalhães em 23/04/2014
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