Tão jovem ainda

Sou tão jovem

E o medo me acompanha.

É o companheiro

que sufoca as horas.

E tapa a linha do horizonte.

Meus pés por vezes

Espicham, atrás do silêncio.

Para ver por sobre o muro

Os outros jovens como eu.

Tento alcançar

lugares novos.

Amizades e

Amores.

Ah, o amor!

Primeiro.

Único.

Tão difícil ao solitário.

Minhas palavras

Crescem sabores.

E presas, deixam-se estar,

por sob minha língua.

Sou tão jovem ainda.

Dizem: Cheio de possibilidades.

Mas, como começar?

Como chegar lá?

Às responsabilidades?

À maturidade desencanada?

Como ter as pernas.

Sem tremê-las de espanto?

Como manter-me ereto?

Se minhas palavras

São prantos?

Se minhas falas

São monólogos

Mau compartilhados?

Obs. Este poema dedico aos jovens tímidos, em depressão, que lutam

consigo mesmo para brilhar tanto quanto os outros bem sucedidos.

anna celia motta
Enviado por anna celia motta em 30/04/2014
Reeditado em 30/04/2014
Código do texto: T4788902
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