Eu preciso...

Há um tanto de mim preso em amarras

Tênues amarras de velhos preconceitos

Uma camisa de força, uma de Vênus

Que alimentam em meu peito os segredos da esfinge

E eu finjo não saber meus mais insanos sentimentos

No turbilhão de vezes que a alma me inflama

E corrói minha carne em loucos desejos

E vorazes pensamentos...

Eu necessito abrir a gaiola

E deixar meu corpo que implora

Ganhar o infinito, rompendo o espaço

Desfazer e (talvez) refazer os laços

Em êxtase de pura entrega

E incontida realização no idílio supremo co'a felicidade...

Eu preciso estampar em meu rosto um sorriso de gozo sem fim

E não o de aparência,

Sereno, solícito e subservil

Eu quero romper as invisíveis amarras

Quebrar a gaiola,... Desvirginar o céu

Mergulhar infinitamente

Em meu desejo pleno

Simples, natural, irracional, quase obsceno...

Eu preciso estampar em meu rosto um sorriso de gozo sem fim

E não o de aparência,

Plácido, estéril, manso e sutil.

Libertar a Afrodite da lápide de meus sonhos mais secretos

Soltar a musa profana dentro de meu peito

Matar todos os mitos que povoam o meu leito

E assumir-me inteira sensual, linda, faceira

Uma fada, uma ninfa, uma feiticeira

Eu preciso estampar em meu rosto um sorriso de gozo sem fim

E não o de aparência,

Mas férvido e selvagem como a te seduzir...

Nina Costa
Enviado por Nina Costa em 15/07/2014
Reeditado em 17/07/2014
Código do texto: T4883098
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