O primeiro movimento

A planície deitava ventos num grande tabuleiro de xadrez

Os cavalos pardos e negros galopavam cortantes

Diante a minha face em descoberta

Era o novo em mim

Adentrei a primeira das finas camadas

Como um bicho faz uma casa comendo o caminho

Senti a primeira das intenções

Quando percebi, o início fora dado

Logo era um iniciado no branco

Do branco me fiz para sentir que

Era um jogo de emoções

E estava já na minha segunda nudez

Não se permitira bagagem dúbia, nem manchas de orgulho

Os movimentos estavam atrelados ao toque como a mente ao movimento

Alguns vinham como incógnitas ferinas

O que tornava ainda mais enigmático a proeza com que eram medidos

No entretempo um mundo me fora dado

Fui exposto

Não pude mais no momento instante desaparecer

Nem fingir uma ausência

Estava agora numa coisa, mas não dentro de tudo

Estar no interior da compreensão não era ainda,

Mas para quem aprendeu permitir-se errar e se perdoar

Agora muito agora venho entendendo

Que há aqueles de compreensão abaixo da segunda inspeção

Estes, embora raros, não se acovardaram para a vida

Mesmo em face de penar vivendo numa cultura sem cultura

Mas há um pequeno lugar para quem vive a vida

Compreendi que não fui para ganhar

E sim para perder o que em toda vida entendia por ganho

Absorvendo as luzes das faces,

O escuro dos fatos que delineia o silêncio... Entreguei-me...

E foi me dado o enleio na latência das coisas...

Geovani Silva
Enviado por Geovani Silva em 28/07/2014
Código do texto: T4900687
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