Cantar pra subir

Da boca só se ouvia aquele timbre suave

Que soava na nuvem fazendo canção;

O sol sorria rasteiro e olhava cabreiro

Certo campeiro de cabeleira rastafári;

Chegaram o broto de feijão e o camarão

Trouxeram a tatuagem da maresia na pele e a santa festa “al mare”.

No horizonte o vermelho entre dois apreciáveis coqueiros

Que formavam aquele meu e seu (nosso) coração.

Talvez no mundo haja muito de injusto acontecendo,

Mas naquele momento, ali, só festejos;

Nada de ser herói tampouco bandido,

Das bocas agora, ao sol e a sós, só o estalar dos beijos.

A vida estava tão boa que aproveitando a garoa

Todos se desnudaram vestidos:

Eram confissões de pecados insurgentes,

Pensamentos e elos perdidos,

Eram tantos caracteres maus e travestidos,

Que há escassez de caracteres para escrevê-los.

Agora a felicidade foi ao extremo

E conseguiu atenção...

Agora grita quem já foi pérfido:

“Todos nus, todos nus... será que posso?”

A sensação de mais gengibre no quentão,

O balão subindo com o silencio a se esvair.

Vai cantar pra subir sacolejando o corpo

No branco na roupa ao avivado da emoção.

André Anlub®

(25/6/14)

Site: poeteideser.blogspot.com

Poeteideser® - Pena & Pincel®