Quinta-feira

Com licença poética rabiscarei algumas linhas:

Quando nasci veio um anjo negro,

Anjo forte com o falar farpado,

Deixou-me um verso, alguns ditames,

Um caderno grande e uma esferográfica.

Alguns anos voaram

E o caderno começou a ter utilidade,

A mão começou a sambar e a bendita inspiração veio,

Acompanhada da soberba realidade.

Novamente veio o anjo negro

Com a voz ainda mais áspera,

Deixou-me alguns escritos e um escudo

Deixou a fé e um “trêsoitão” cano curto...

Depois de longa prosa saiu batido sorrindo,

Com ar de tranquilidade e longo assobio;

Foi-se com suas longas asas brancas,

Sua invejável liberdade e dever exercido.

Ao chegar a uma grande altitude

Ganhou a companhia de outro anjo:

Franzino, todo branco de capuz cândido,

Face ocultada e asas acinzentadas,

Uma foice numa das mãos

E na outra um trovão muito brilhante

Que cintilava em branco, preto e prata

Ofuscando todas as visões

E tentando em vão escapar...

André Anlub®

(10/7/14)

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