th?id=HN.607987216978479868&pid=1.7

TRÁFEGOS


enrubescem horas
quando se larga palavras
em tom de pele
pra transpirar um poema.

espalha-se seda
pro vento ir rasgando
até alcançar o último tom
da madrugada
deixando orvalho umidificar 
sentidos porosos oriundos de

minhas
tuas
sequidões 
rotas desconexas
para aonde seguem versos
com línguas espichadas
de um cão sem coleira
atrás de sombras ou veios d’águas
ou de um caminheiro
que se faça seu dono.
lambe próprias pegadas,
sem que rabiscos lhe matem a fome.

enrubescem os turnos revirados
quando se amontoam na pauta
o calor das vestes doadas
de quem não se 
importa
de entregar todas as palavras
ficando com a nudez 
exposta.
MarySSantos
Enviado por MarySSantos em 28/08/2014
Código do texto: T4940184
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.