Contingência 1

Caminha reto e, a sua frente, vê somente à longa distância.

O eu trêmulo, dentro ou fora, não encontra qualquer guarida.

Estrada! Somente gotas de sol queimam-lhe a visão em ânsia.

Nesta longa vida, que de tanto caminhar o seu eu anda perdido.

Caminha reto e, a sua frente, vê somente à longa distância.

O eu trêmulo, dentro ou fora, não encontra qualquer guarida.

Só os sibilos do vento lhe falam da longa distância, que cansa.

Que o eu vacilante na estrada caminha sem poder ver uma saída.

Eu, de gente descrente e desconfiada..., gente assim sem esperança,

Por isto não consegue ver, na lonjura da estrada, as veredas da vida,

Onde se dribla o cansaço, brincando de pique esconde como criança.

Eu, de gente descrente e desconfiada..., gente assim sem esperança,

Que se brincar como criança re-significará a caminhada e, então verá,

As gotas de sol e os sibilos do vento na estrada como sinais de bonança.

Francisca de Assis Rocha Alves
Enviado por Francisca de Assis Rocha Alves em 15/09/2014
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