A doença.

E mais uma vez eu estou aqui torcendo meus tendões para escrever, torcendo meus sentimentos e estraçalhando minhas emoções paulatinamente, até exprimir e espremer como uma prensa espreme o caldo da fruta madura tudo o que me faz pensar no final.

Não espero apenas romper o branco, eu almejo ainda mais. Eu quero trucidar toda parte branca como nunca fiz, sem me preocupar, sem me apressar, sem me lamentar, só bombardear até o papel ficar negro, tão negro como os olhos da minha alma!

Nodoa preta é tinta, mas com papel branco vira verso...

Sou um germe dentro de um corpo doente que decidiu ser a cura.

E ao lado de outros germes, sou eu um mais infectuoso.

Como pode uma infecção ser a cura?

Como pode a doença ser bonança?

Como pode ser a morte, vida?

E mais uma vez eu estou aqui, cobrindo este papel com a mais suja das tintas, com a mais imunda das cores, com o mais sensível dos sentimentos...

O preto e o orgulho!

Veja então, todo “ão” que deve ter o eco do meu coração, dentro daquela escura e fria caverna.

Não queira ver não, pois petrificando-o eu estou, juto com toda podridão de sentimentos maus.

Uma decisão kamikaze, pois juntos vão todo sentimento bom que me equilibrava.

Sei que não deveria permitir, me dói muito ter que ver partir todo este sonho dobrado e escrito.

Mas, os anos não perdoam, e eu preciso explodir e a todo custo levar todos os outros, fazer desaparecer para que assim a doença vá embora.

Igor Improta
Enviado por Igor Improta em 23/09/2014
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