Farei poesia.

Inspirada pelo mundo,

farei poesia.

Desde que a cabeça começou a pensar,

faço poesia.

Escrevo por aqueles que mal sabem falar,

e por eles eu também sofria.

Mesmo que o papel um dia rasgue,

mesmo que a caneta falhe,

porque não há nada que esmague,

ainda que esta mente não mais trabalhe.

A arte que o poeta aprende

no decorrer dessa vida sentida

se pensar um pouco, entende,

que ela também necessita ser vivida.

Coração de poeta vive em carnaval

onde o amor é o ritmo definido a tocar,

onde não predomina nenhum mal,

e a vida sempre te permita sonhar.

As maldades do mundo são superadas

quando se tem em mente a visão

de que todas as mazelas do mundo são evitadas

quando a alguém estendemos a mão.

Cada ser humano no mundo

só precisa de alguém pra contar

e saber que se um dia cair em abismo profundo,

alguém virá lhe salvar.

Enquanto minhas mãos continuarem firmes,

mesmo que minha pele esteja enrugada,

enquanto eu não for devorada por vermes,

escreverei, mesmo cansada.

Até mesmo no dia que eu chegar a morrer,

que meus leitores não mais vão lembrar

aquela que eles viram um dia escrever,

agora não mais poderão acompanhar.

As pesadas palavras que eu compartilhava com o mundo,

por vezes escritas em profundo isolamento,

quando pesquisadas a fundo,

darão vida a meu mais terrível tormento.

O medo de um dia ser esquecida

será substituído por um enorme contentamento

que essa vida, um dia vivida,

agora se encerra, e deixando esse breve depoimento.

E deixarei um legado,

fiz poesia.