nas mãos
I
escondo as mãos e não a face
de sorrisos talhados para sorrir
e d' olhares com vitrines de se olhar.
são elas que tocam
seguram, suspendem, apalpam
e se energizam de tudo que agarram.
II
dos meus olhos minhas mãos se enchem.
nelas a alma, às vezes desiludida, se rende.
e elas ouvem-na sem se abespinharem.
às conchas minhas inquietações vão.
desassossegos despejados sem medos
como se digitais pudessem criptografar
todas angústias ou segredos,
mas as tranco por de repente
quererem me revelar.
III
minhas mãos só não se esconderiam de ti.
estariam à mostra em palma
para que lesses nas linhas
as valsas d'alma
e as pretensões todas que a elas entreguei
para quando te encontrassem...