nas mãos

I

escondo as mãos e não a face

de sorrisos talhados para sorrir

e d' olhares com vitrines de se olhar.

são elas que tocam

seguram, suspendem, apalpam

e se energizam de tudo que agarram.

II

dos meus olhos minhas mãos se enchem.

nelas a alma, às vezes desiludida, se rende.

e elas ouvem-na sem se abespinharem.

às conchas minhas inquietações vão.

desassossegos despejados sem medos

como se digitais pudessem criptografar

todas angústias ou segredos,

mas as tranco por de repente

quererem me revelar.

III

minhas mãos só não se esconderiam de ti.

estariam à mostra em palma

para que lesses nas linhas

as valsas d'alma

e as pretensões todas que a elas entreguei

para quando te encontrassem...

MarySSantos
Enviado por MarySSantos em 26/12/2014
Código do texto: T5081548
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