Que coisa!

Cada qual com seus medos, conveniências,

Essas coisas humanas que se recusam a ser;

Das coisas, aliás, sempre encurtam distâncias,

Retidas nas garras robustas da ilusão do ter...

Cada upgrade no celeiro acalora-lhes as faces,

na sensação gostosa de que um pouco enricam;

depois correm exibir suas belas e novas posses,

pra as mesmas pessoas que em plateia coisificam...

andam na vereda da vida mui certas de seu erro,

ignorando o valor que vai além da terra máter;

tecem-me uns elogios baseados em meu carro,

como se ele ostentasse meu ser, e o meu caráter...

pouco importa se seus bens são efêmeras bolhas,

refletidas ao sol até refulgem umas tênues cores;

no fundo esses “campeões” nem desejam medalhas,

são apenas deuses falidos carentes de adoradores...