Por que?

Por que temos que ser assim?

Padrões, fantoches, discípulos,

Olhar uns aos outros como estranhos,

Sendo que o maior dos estranhos somos nós mesmos.

Por que sermos assim?

Seguir uma beleza que não nos cabe,

Concordar com idéias que não nos convém,

Acariciar alguém somente para dizer que tem.

Por que nos anularmos assim?

Esconder sentimentos, alienar nossas vontades,

Para ser aceito, amado, sem que alguém pergunte,

Quem é, de ondes veio, para ondes vai,

E abraçarem a Ti como um ente querido.

Por que ignorar assim?

A sinceridade, que tanto é requerida pela sociedade,

E ao mesmo tempo tão repudiada pelas autoridades ,

Hipocrisia essa que me indago, se esta é uma grande virtude,

Deverias ser uma obrigação entre os homens,

E não um sinal de perigo, de contrastes.

Por que aceitar isto?

Que te imponhas o que deves pensar e falar,

Que te rotulem se deve ser amável, ou rude,

Se és alegres ou tristes,

Por que admitir argumentos de alguém que não estás ao teu lado,

Nos dias escuros, nas noites sombrias, na melancolia,

Quiseste eu que tudo isso fosse apenas uma quimera,

E que ao acordar tudo se transformou,

e que tudo e a todos aceitou.