Tempo (Fenecer do viver)

Tic-tac, tic-tac, tic-tac. Cu-cu, cu-cu, cu-cu.

Pi-pi-pi-pi-pi-pi. Dim-dom, dim-dom, dim-dom.

Fon-fon, fon-fon, fon-fon!....

E num zás, passa o tempo.

E, num zás, passa correndo.

E num zás, passa a vida,

qual raio, na infinda lida.

Ufa! A vida é um louco lufa-lufa!

O tempo é um insano corre-corre.

É um breve e pouco viver

que aos poucos morre,

sem mesmo em tal corrida se ver

sequer o melhor do fluxo da vida florescer.

O tempo é

giro de acontecer

que nós mesmos

fazemos envelhecer quando corremos

contra o tempo da existência

de nós mesmos.

E não vemos que fenecemos

(ao correr pra sobreviver),

que fazemos aviltar,

envilecer o nosso próprio

(não) viver...

(Poema extraído do Livro: "Geografia em poesias: tempos, espaços, pensamentos - Luiz Carlos Flávio).

Luiz Carlos Flávio
Enviado por Luiz Carlos Flávio em 03/05/2015
Código do texto: T5228637
Classificação de conteúdo: seguro