Tempo (Fenecer do viver)
Tic-tac, tic-tac, tic-tac. Cu-cu, cu-cu, cu-cu.
Pi-pi-pi-pi-pi-pi. Dim-dom, dim-dom, dim-dom.
Fon-fon, fon-fon, fon-fon!....
E num zás, passa o tempo.
E, num zás, passa correndo.
E num zás, passa a vida,
qual raio, na infinda lida.
Ufa! A vida é um louco lufa-lufa!
O tempo é um insano corre-corre.
É um breve e pouco viver
que aos poucos morre,
sem mesmo em tal corrida se ver
sequer o melhor do fluxo da vida florescer.
O tempo é
giro de acontecer
que nós mesmos
fazemos envelhecer quando corremos
contra o tempo da existência
de nós mesmos.
E não vemos que fenecemos
(ao correr pra sobreviver),
que fazemos aviltar,
envilecer o nosso próprio
(não) viver...
(Poema extraído do Livro: "Geografia em poesias: tempos, espaços, pensamentos - Luiz Carlos Flávio).