Dor rasgada da saudade

Sobre os olhos da dor rasgada da saudade

Flutua hematomas inesquecíveis de outrora

Que por engano, num momento de fraqueza foi plantada

E regada, ao longo dos dias, por hora.

Seduzida pela emoção não cantada.

Que ontem foi confundida com a de agora

São questões que ardem e mata

Se não freadas, vão viver ai afora.

Na inquietude do desejo descabido

Que se empenha em não querer, por querer

É mais forte que um instante infinito

O coração se esmaga, e faz muito doer.

Mas para que tanta mágoa nesse recinto?

Quantos golpes afundados no ponto crer

Se vive sem o visível, o incerto vindo.

Mas sem amor não da pra se viver.

Sem me aventurar nas pegadas de amor

Encontro-me inacabada, de portas abertas.

A neutralidade me consome com ardor

Deixo a natureza entrar na hora certa.

O ponto final já protagoniza a cor

Para começar com reforços a novas brechas.

Tirou-me do relento e me beneficiou

Não sei por onde começar.

Então me tranco tiras de quimera descoberta.

Um dia quero voltar para casa, lá é meu luar.

Belly Regina
Enviado por Belly Regina em 21/05/2015
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