Remar, rumar, rimar (Segredos do mar)
É preciso remar, remar,
remar, sem tombar
no mar! que o mar
não gosta
de quem não não sabe nadar,
lutar, rumar,
remar...
Que, no mar, ou a gent
aprende a remar,
velejar e retraçar os fundamentos do nosso lugar, ou ficamos sem rumo, içados ao vento, tragados por águas, atirados ao ar ficamos sem lúmen... Mar, remar, rumar. Navegar é preciso, viver é preciso, é preciso lutar! É preciso remar para ao porto chegar,
é preciso encarar as ondas do mar para ancorar em firmes
águas. E se, em meio às tempestades, marés e correntes,
tombarmos sob os medos, sob as mágoas, não saberemos
nos equilibrar, não poderemos conviver, nos rimar com os segredos do mar, para encontrar e nos ancorar nosso próprio lugar só conquistado por quem sabe remar para ganhar a cada instante a amizade do mar.
(Poema extraído do Livro: "Geografia em poesias: tempos, espaços, pensamentos - Luiz Carlos Flávio).