PEDRAS SALIENTES

Atitudes contraditórias

Derrotas em formas de vitórias

Enquadramento do pensamento no ar

Um ar esquizofrênico em pura ilusão

E a razão dando o bote certeiro

No canteiro da emoção

Deixando-o com cara de tacho

Tão cabisbaixo

Olhando as estrelas,

Andando nas nuvens,

E tendo que pisar chão.

Cada atitude maluca em forma de pensamento

Que estraçalha o sentimento

Do ser que ainda tem pensamento

Do ser que ainda pensa que pensa

E sai sob os pés dos animais,

Após sua derrota no tribunal do amor.

Esquiva-se como quiabo

Rabo solto como o diabo

Solícito ao passado e ao presente

E desperta um futuro nebuloso como antes

E ainda prega cada uma

Na figura do gigante

Que o desmonta por inteiro,

Como fosse o seu amor primeiro.

Em cada esquina, uma saudade,

Em cada olhar, o gosto da felicidade,

Em cada ato, uma opinião diferente,

Em cada sorriso, um contentar descontente,

Em soluços pontiagudos

Que machucam muito a gente.

A sinuosidade de seu pensamento

O seu pensamento maravilhoso

Em teu corpo, uma parada obrigatória,

Em sorrisos e lágrimas contraditórias

Que deixam o pensamento maluco

Sem saber ao certo,

Qual é o caminho naquele deserto.

O arrepio pode ser sufocante

A dor é de ranger os dentes

Teu olhar ainda é provocante

E teu corpo é algo fascinante

Que mexe com a estrutura da gente.

Seu jeito adolescente de ser

Deixa sempre uma incógnita no ar

Tudo é o mais belo prazer

Ou tudo é tristeza no ar

Em nada se dá para acreditar

Já que o segredo é o seu ponto culminante

Que mais parece um atirar no escuro

Ou de cima de uma ponte

Onde não se vê a profundeza da água

E nem as pedras salientes.

Porangatu – GO, 2011.

Aires José Pereira
Enviado por Aires José Pereira em 31/05/2015
Código do texto: T5261728
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