Fébril
o céu acolchoa-se para ópera
o vento estufa o peito
espalhando melodia molhada
o frio arde as paredes
aumentando a febre
quando o analgésico é um fundo
distante
de um caminho embaçado.
no canto da sala
agoniza o couro da poltrona
onde teus cabelos
escreveram no encosto
o descanso suado de um dia
que batalhava por ter-nos
bem mais perto
do que o trovão
se dissipando lá fora.