Nada irá mudar

Onde estou não sei onde é

O que faço não sei o que é

O q sonho não sei se sonho é

O que sinto

O que vivo

O que quero

Pelo que luto

Se já venci

Se ser quem sou é perder

Se não ser o que desejam já é ganhar

(“Deixe-me ir, preciso andar, vou por aí a procurar...”)

Preciso me conhecer pra me amar

Preciso sair daqui

Preciso ir

Pra onde minha mente viajar

E andar, e voar e acreditar

Quero acreditar que há mais.

Que há algo mais além

Que algo espera por nós

Que há alguém maior que a humanidade

Que sobreviva à toda sua maldade.

(“Até a fera mais desumana é mais humana que a humanidade!”)

Não quero esperar

Quero saber

Me ensina, Vandré,

Como o fazer

Não dá pra entender

Como posso me conhecer

Não sei nada, não sou nada

Porque todo dia aprendo de tudo

Imagino o quanto ainda tenho a conhecer

E me preocupo ao pensar

O que não sei mas penso que sim

Quando o que parece não é

E como saber quando é

Se toda regra tem exceção

Como saber quando é

Você é bebê, é criança

Você é jovem, é adulto, é velho

Mas, como saber quando é

Tem sempre alguém pra orientar

E tem também quem quer manipular

Tem quem nasceu pra pensar

E tem também quem nasceu pra respeitar

O Boi no engenho, gira

Criança no brinquedo, gira

O capital, gira

O mundo gira nele e no sol

Não pára de girar

Minha mente, gira

E minha mente gira, como gira

No entanto, EU não vou girar

Vou colocar meus pés no chão

Vou esticar meus braços e alcançar o céu

E não importa o que me disserem

Se pra eles não sou grande

Se pra eles só se chega ao céu voando

Se pra eles voar é cair

Se pra eles pé no chão é no chão deles

Eles querem que você não saiba nada

Te querem quieto, ignorante, contente

De minha confusão sairá minha razão

E minha base estará pronta

Pronta para me apoiar

De meu coração ambicioso sairão meus sonhos

E meus anseios estarão prontos

Prontos para me levantar

Não vou continuar neste ciclo

Eu vou mudar

Você vai ver

E vai temer

Você vai ver

E vai querer voltar atrás

Vai ser tarde demais

Pode aguardar

Quando eu me entender

Quando eu me libertar

Quando já não doer

Quando eu aprender amar

Quando eu parar de só escrever

Vou cantar, vou dançar

Vou cuspir e agradecer

E tudo será igual

Quando o despertador tocar

Quando eu me convencer

Que nada irá mudar