sem título
converso com o tempo estando ele
nascendo ou morrendo
comigo dentro.
vindas de fora
há vozes que rompem
a membrana e me tomam
de assalto confirmando
que substâncias externas
mais ferem do que amaciam
sentidos à flor da sobrevivência.
tudo ressalta,
desde a inocência
do que não me foi percebido
até a experiência do que foi consumido.
ilho o que amarga,
mas o que fica toma sempre sabor
de saudade...
até o devaneio inconsumível
se torna banquete de lembranças
e quando tudo paira no ar
a ponto de ser dissipado,
surges intempestivo e pirotecnia
minhas íris... mesclando felicidade;
explosão de luzes coloridas
essas abrem surpresas nos lábios,
simplesmente porque percebo
que o amor também conversa
em mais de um quarto deste tempo...