Vitrines de luzes azuis

Vesti-me de luzes,

e pus-me à vitrine.

A noite do lado de fora era mais escura,

e não demorou,

brilhei até cegar.

Aventuras, situações,

coloquei-me em outro patamar.

Produto refinado,

gavetas arrumadas,

agora pintei-me de branco,

e deixei na exposição todos a me admirar.

Novamente cerrei as janelas,

quando o sol nasceu,

não queria outra luz a me atrapalhar.

Feminina, mulher, amante,

que papel se ocupa,

além de receptáculo de suas culpas?

Ana Claudia Laforga
Enviado por Ana Claudia Laforga em 28/06/2007
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