Monótono

O céu cá do sul um tanto sorumbático,

Troando certas ameaças antes do choro;

Poderia dizê-lo belo e parecer simpático,

Mas, falar o que penso é bem mais prático,

dizer a verdade, não é assim, um desaforo...

Céu muda rápido depois que joga sua bacia,

Que cabe muito, porém, muito, não é tudo;

A tristeza cede o palco para uma nova alegria,

O sol, pássaros, e todos encantos d’outro dia,

Que só surgem depois da noite desse, contudo...

Mas, o céu da alma tem os seus modos diversos,

Suas águas, pífias, lágrimas pra encher um pires;

as nuvens duram, tanto quanto, amor for reverso,

como se o sol se ocupasse de partes do universo,

mui distantes, e levasse pra lá, as cores do arco íris...

Tentar compor novidades, é laborar vazio, a esmo,

Pode ler isso bem nos olhos, qualquer, que os lê;

Como fazer dietético, esse gorduroso torresmo

Digo , novos poemas não seriam mais do mesmo,

Se ainda é o mesmo, só maior, mio amore per te?